quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sou Diabético! E agora? O que eu posso comer?



Todos somos suscetíveis a doenças e, na minha opinião,  um dos problemas de saúde que deixa o indivíduo mais “chateado” é o diabetes, não só pela doença em si, mas pelas restrições alimentares que são impostas. Nossa cultura está diretamente relacionada com a comida e tudo é motivo para um almoço, para fazer o doce que a filha mais gosta e por aí vai.

Assim que recebe o diagnóstico de diabetes, a primeira coisa que se pensa é na restrição alimentar: o que posso e o que não posso comer? É muito estressante para a pessoa ouvir que nunca mais pode comer isso ou aquilo, mas a dieta do diabéticos diz respeito mais ao que colocar no consumo diário, e não o que deve ser retirado dele.

Escolher os alimentos corretos e comê-los em quantidades adequadas podem fazer toda diferença numa das principais causas do diabetes tipo 2: a resistência à insulina. O melhor aliado do diabético é uma alimentação saudável e equilibrada e exercícios físicos.

Os diabéticos precisam ingerir carboidratos, frutas, verduras, proteínas e gorduras. Mas, além da preocupação com a resistência à insulina, há certa inquietude quanto ao índice glicêmico do sangue, que pode ser elevado em poucos minutos dependendo do alimento que foi consumido.

Farinha branca, arroz e batata são alimentos de alto índice glicêmico. Eles contêm o tipo de carboidrato que é digerido rapidamente, levando uma grande quantidade de açúcar para o corpo. Os carboidratos são rapidamente absorvidos e assim criam picos de glicose indesejáveis. Quanto maior o tempo que o alimento precisa para ser digerido e absorvido, menor a elevação aguda da glicose. Por isso, recomenda-se que se usem alimentos integrais, que, pelo conteúdo maior de fibras, são absorvidos mais lentamente.

Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes

Diariamente saem estudos novos que associam determinados alimentos a prevenção e/ou tratamento do diabetes, vamos ver alguns que podem ser úteis e aplicáveis ao nosso dia-a-dia:

Segundo pesquisadores do Instituto de Ciência do Metabolismo do Hospital Addenbrooke, na Inglaterra, você tem mais um motivo para incluir frutas e vegetais na sua dieta: alimentos ricos em vitamina C reduzem o risco de desenvolver diabetes.

Indivíduos que possuíam maiores quantidades apresentaram 62% menos propensão a desenvolver o problema. A substância parece prevenir o surgimento de radicais livres que danificam as células e interferem no metabolismo da glicose, o que pode causar diabetes. Quem apresentou os maiores níveis de vitamina C comiam, em média, 6,5 porções de frutas e vegetais por dia. A dica é abusar de papaia, morango, laranja, melão-cantalupo, pimentão vermelho e brócolis.

Pesquisa publicada no Journal of Medical Food mostrou que os temperos sálvia e orégano previnem os danos causados pelos níveis elevados de glicose no sangue.

A adição de extrato de ervas e condimentos às proteínas do sangue bloquearam a formação de substâncias químicas que engrossam as paredes das artérias no coração e rins, aumentando o risco de prejuízo a esses órgãos.

A curcumina(açafrão) tem sido relatada como a melhor forma para diminuir lipídios e glicose plasmática em ratos diabéticos e para diminuir o peso corporal em ratos obesos, o que pode em parte ser devido à oxidação dos ácidos graxos e aumento da utilização no músculo esquelético. A conclusão do estudo que foi publicado no Nutrition, Metabolism & Cardiovascular Diseases foi de que a curcumina melhora a resistência à insulina muscular, aumentando a oxidação de ácidos graxos e glicose.

Um estudo desenvolvido pela Universidade do Oeste de Ontario, no Canadá, aponta que a tangerina pode não apenas prevenir a obesidade, como oferecer também proteção ao diabetes do tipo 2 e à aterosclerose. O estudo descobriu que a substância nobiletina, presente nos gomos da tangerina, é capaz de promover todos estes benefícios.

O consumo diário de chá de camomila junto com as refeições pode ajudar a prevenir complicações decorrentes do Diabetes tipo II, segundo estudo publicado recentemente por pesquisadores do Japão e Reino Unido. Os animais diabéticos que consumiram o extrato de camomila demonstraram uma redução significativa nos níveis sanguíneos de glicose, quando comparados aos ratos diabéticos ingerindo somente dieta padrão. O extrato de camomila também inibiu a atividade da enzima aldose redutase-2. Esta enzima, muito estudada, contribui para o desenvolvimento de complicações diabéticas, como a neuropatia, catarata, retinopatia e nefropatia.

Uma metanálise que avaliou 37 estudos prospectivos concluiu que dietas contendo alimentos com alto índice glicêmico (IG) ou alta carga glicêmica (CG) aumentaram independentemente o risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2, câncer de mama, doença cardíaca e de vesícula biliar.

Os autores acreditam que a hiperglicemia pós-prandial em indivíduos sem diabetes é o mecanismo universal que contribui para o desenvolvimento de doenças crônicas. O consumo de alimentos com baixo IG e CG pode evitar esse quadro clínico por meio dos efeitos metabólicos causados na função das células beta do pâncreas, na concentração de triacilgliceróis e ácidos graxos livres, além de ter influência na saciedade.

Um estudo realizado por cientistas americanos sugere que o consumo de cafeína entre pacientes de diabetes tipo 2 pode aumentar o nível de açúcar no sangue. Publicada na revista científica Diabetes Care, a pesquisa, realizada na Duke University, nos Estados Unidos, monitorou o nível de açúcar em 14 pacientes diabéticos e sugere que o estimulante pode aumentar o nível de glicose diário em até 8%.

Para realizar o estudo, os cientistas deram dois tipos de comprimidos para os participantes: um placebo e uma cápsula de cafeína, equivalente a quatro xícaras de café. Segundo os pesquisadores uma das causas do aumento no nível de glicose pode ser a interferência da cafeína no processo que transporta a glicose do sangue para o músculo e outras células do corpo. Além disso, a cafeína pode também ativar a liberação de adrenalina, o que contribui para o aumento no nível de açúcar.

Segundo estudo americano publicado no periódico especializado Journal of the American College of Nutrition, a amêndoa tem propriedades que protegem o corpo contra o diabetes tipo 2 e as doenças cardíacas. Os médicos verificaram que após a introdução no cardápio, houve nos pacientes um aumento da sensibilidade à insulina, o que melhora o processamento de açúcares pelo corpo. 

O diabético também pode necessitar de suplementos, para saber mais leia aqui o post completo do Dr. Telmo Diniz.

Mas vamos ao que interessa, afinal o que o diabético deve inserir em sua alimentação?

- Adicione mais frutas, verduras e legumes nas suas refeições, eles ajudam a reduzir as calorias ingeridas pela quantidades de fibras. Mas atenção, evite vegetais como beterraba e cenoura cozidos, prefira-os crus, pois diminuem o índice glicêmico!

- Aumente o consumo de peixes, principalmente os fontes de ômega-3 como  o salmão e a sardinha que ajudam no controle da glicemia e na prevenção de doenças do cardíacas.

- Amêndoas, nozes, castanha do Brasil, assim como o abacate (sem açúcar, ok?), têm um efeito benéfico no colesterol e ajudam a reverter a resistência à insulina.


- Ervas e condimentos como manjericão, cominho, alho, gengibre, hortelã, orégano, alecrim, tomilho e açafrão podem ajudar a controlar glicemia no sangue.

- No café-da-manhã prefira um cereal com alta quantidade de fibras e sem açúcar. Para dar um sabor doce, misture-o com frutas de sua preferência. Esta opção é cheia de nutrientes e demora mais para ser digerida pelo organismo.

- No jantar, prefira as massas de semolina, que têm menor índice glicêmico que as batatas. Incremente com vegetais, tomates, azeite de oliva e outros ingredientes saudáveis.

- Farinha, arroz e pão integral têm menor taxa glicêmica que os refinados/brancos. Quando for fazer suas compras, procure alimentos com a palavra “integral” ou “grãos inteiros” no rótulo.

- Acho que nem precisa falar que o açúcar deve ser exterminado da dieta, não é? Opte pela sucralose ou pela estévia orgânica.

- Outra dica é começar o almoço e o jantar pela salada. Além de serem superimportantes para nossa saúde, preenchem o estômago e fazem você comer menos carboidratos e calorias.

- Os produtos diet podem ser utilizados, mas não exagere, evite o excesso de alimentos industrializados em seu dia-a-dia!

- Se estiver acima do peso, tenha como meta o emagrecimento para ajudar na manutenção/redução da sua glicemia. Dieta + exercício físico com certeza além de melhorar sua qualidade de vida irão melhorar seu tratamento.

Viu como a alimentação pode sim ser gostosa, equilibrada e não ser o fim do mundo? Mas claro, sua dieta terá que passar por uma transformação e uma mudança de hábitos que deverão ser feitos em conjunto com um Nutricionista para que não hajam prejuízos ao seu organismo.

Lembre-se sempre que uma alimentação saudável e equilibrada é a chave para uma saúde perfeita!

Referências Bibliográficas:

- Plasma Vitamin C Level, Fruit and Vegetable Consumption, and the Risk of New-Onset Type 2 Diabetes Mellitus. Archieves of Internal Medicine. Vol. 168 No. 14, July 28, 2008
- Herbs - Spices - Sugars - Diabetes. Journal of Medicinal Foods June 2008; 11(2):275-81
- Curcumin ameliorates macrophage infiltration by inhibiting NF-κB activation and proinflammatory cytokines in streptozotocin induced-diabetic nephropathy. Nutrition & Metabolism 2011, 8:35 
- Kato A, Minoshima Y, Yamamoto J, Adachi I, Watson AA, Nash RJ. Protective Effects of Dietary Chamomile Tea on Diabetic Complications. J. Agric. Food Chem. 2008;56:8206–11.
- Caffeine Increases Ambulatory Glucose and Postprandial Responses in Coffee Drinkers With Type 2 Diabetes. Diabetes Care February 2008 vol. 31 no. 2 221-222
- Almond Consumption and Cardiovascular Risk Factors in Adults with Prediabetes. J Am Coll Nutr June 2010 vol. 29 no. 3 189-197



terça-feira, 30 de agosto de 2011

O Comedor Consciente...


Antes de começar pense seriamente em algumas questões, pois o que e como comemos está diretamente relacionado ao como vivemos.
1.       Para você, comer está ligado à ansiedade ou não?
2.       Você já se deu conta de que alguns alimentos lhe fazer sentir bem por alguns minutos e mal por algumas horas?
3.       Comer e beber estão sob seu controle? Você consegue parar na hora que quer?
4.       Há correlação entre a maneira como você se alimenta e a maneira como se relaciona com os outros?
5.        Você realmente senta para comer e pensa no que está comendo?
6.       A maneira como você se alimenta está afetando seu estado de ânimo e sua qualidade de vida?
7.       Você se preocupa com a quantidade dos alimentos que come?

Um dos maiores problemas da vida moderna é o controle do peso corporal e raramente identificamos o principal culpado: nossas próprias escolhas de alimento. Para manter a cortina de fumaça que embota nossa percepção, há ainda uma indústria que lucra bilhões de dólares com produtos e serviços que tentam resolver esta questão prometendo uma saída fácil.
A imagem corporal que apresentamos aos outros reflete como nos sentimos internamente e qualquer processo de recuperação da saúde passa por uma mudança em nossa aparência. Isso significa que não dá para parecer saudável sem ser realmente saudável.
Algumas pessoas fingem estar bem com seu peso corporal e sua aparência física e alegam que seu verdadeiro valor está no interior. Isso até pode ser verdade, mas pesquisas com pessoas obesas mostram que elas gostariam de perder peso e se mostram frustradas com o fracasso de dietas miraculosas. Mas, mesmo que alguém prefira manter seu excesso de peso, os maiores índices de mortalidade entre os obesos mostram que esta não é a maneira sensata de se pensar. A alimentação e os exercícios físicos deveriam ser a principal escolha terapêutica para controlar o peso.
Transforme-se num comedor consciente

Comer conscientemente é estar atento a todas as dimensões do que significa o ato de comer: a mente, o corpo, os pensamentos e as sensações. É estar consciente do por que você esta comendo? Está com fome? Cansado? Aborrecido?

Aprender COMO e POR QUE comer é muito mais do que seguir um cardápio ou um plano dietético. É estar em íntimo contato com o que você está colocando para dentro de seu corpo e perceber todas as sensações que acompanham o ato de se alimentar.


Os hábitos que acompanham um comedor consciente incluem:

1.       Atenção: estar atento às sensações, o gosto na língua, a textura, o cheiro dos ingredientes, sentir a comida descendo pelo esôfago e chegando ao estomago...
2.       Aceitação: estar apto a mudar antigos hábitos, experimentar novos sabores...
3.       Não julgar: não se sentir culpado ao comer algo fora do padrão, não criticar os outros pelas escolhas diferentes da sua...
4.       Serenidade: ter tempo para mastigar, respirar pausadamente, evitar falar demais enquanto come, não se importar com as observações dos outros sobre suas escolhas...
5.       Momentaneidade: colocar-se no momento presente, comer sem pensar no passado ou futuro...
6.       Desapegado: não ficar tentado a escolher o melhor pedaço, nem comer toda a comida no prato só por que é seu prato preferido...
7.       Observador: observe a cor, a apresentação da comida, o ambiente a sua volta...

Ao comer, o comedor consciente se faz, automaticamente, algumas perguntas:

À Mente: numa escala de 1-10, quão atento estou neste momento? Estou degustando cada mordida ou simplesmente engolindo a comida? Que som é emitido a cada mastigada? Quais os aromas e sabores que são liberados a cada garfada? Essas perguntas ajudam a prestar atenção ao que você está fazendo, identificando se está desatento e trazendo-o de volta ao momento presente.

Ao Corpo: ouça seu corpo: você ouve quando ele pede para parar ou ignora esta mensagem e mantém sua programação inicial? Qual sua postura enquanto come? Tenso? Alguma dor? Está sentado adequadamente? Como você se sente depois de comer? Energizado? Desanimado? Aprenda a distinguir entre fome emocional e fome real.

Às Sensações: Ao começar a comer que sensações você sente? Culpa, ansiedade, conforto, desconforto, prazer... Fique atento às suas emoções, pois algumas vezes elas são mais importantes do que o tipo de alimento que você está comendo.

Às Pensamentos: Fique atento a eles. Observe padrões do tipo devia e não devia, negativos (sou tão gordo, não consigo parar de comer ou beber), regras e contagem de calorias, comida boa ou ruim... Pensamentos vêm e vão; deixe-os passar e evite respondê-los.

Um treinamento básico é escolher um alimento de que gosta; qualquer um. Se puder pegá-lo com a mão, sinta a textura na ponta dos dedos, se é gorduroso, salgado, macio. Coloque na boca e sinta o contato com a língua antes de mastigá-lo. Perceba a ação dos dentes esmagando o alimento e ouça o barulho emitido a cada mastigada. Perceba o alimento descendo pela garganta e chegando ao estômago. Se fizer isso com vários outros alimentos reaprenderá que o ato de comer é um ato muito maior do que simplesmente adquirir nutrientes.


Em vez de sensações de culpa, o reaprendizado passa por aceitar nossas dificuldades, sendo assertivos em nossas afirmações.

·         Eu aceito que minha maneira de me alimentar e meu peso corporal estão provocando desconforto físico, emocional e que minha vida está em risco.
·         Eu escolho aceitar meu corpo neste exato momento.
·         Aceitar a mim mesmo é uma escolha que somente eu posso tomar.
·         Eu aceito que minha herança familiar (genética e/ou comportamento) influencie a forma de meu corpo.
·         Eu aceito como é importante comer conscientemente para poder viver uma vida plena e saudável.
·         Aceitar meu corpo como está hoje não significa que eu o considere perfeito.
·         A aceitação nasce dentro de mim. Eu não a procuro fora.
·         Eu aceito que minha dignidade não está refletida em meu peso e forma corporal, mas que é determinada pelo que eu sou.
·         Eu aceito as mensagens sociais e culturais sobre meu peso e minha forma corporal, mas as rejeito sem julgamento de valor.

Dicas úteis

Um dos mitos enraizados em nossa mente é de que comer e beber traz felicidade. Não há dúvida que a comida e a bebida estão ligadas à celebração, mas o ato cotidiano de se alimentar é rotineiro e, frequentemente, desatento. O prazer relacionado à comida e à bebida dura alguns segundos e é substituído rapidamente por sensações de culpa, pensamentos negativos e sensações corporais desagradáveis.

Os pecados mais comuns – e que devem ser evitados – são:

·         Comer fazendo outras coisas ao mesmo tempo (ver TV, computador, ler, dirigir, falar ao telefone).
·         Comer durante o tempo todo, ou seja, “pastar a comida”.
·         Pular refeições rotineiramente.
·         Ignorar os sinais do corpo (fome, saciedade, perda de energia).
·         Continuar a comer até se fartar.
·         Tornar-se membro do “clube do prato limpo”.
·         Esquecer-se de suas necessidades nutricionais
·         Fingir que não está sentindo sintomas físicos de comer demais ou de menos.
·         “Viver para comer” em vez de “comer para viver”
·         Usar alimentos confortáveis (empacotados, de micro-ondas, shakes).
·         Acreditar que você não tem controle sobre sua vida.

Enfim, comer conscientemente significa estar atento ao seu corpo, mente, pensamentos e sensações enquanto come. Significa estar em consonância com suas necessidades nutricionais, saber escolher sabiamente que alimentos cuidam de sua saúde e quais arruínam sua vida. Envolve também a aceitar suas limitações momentâneas, seu peso e forma corporal, não julgar a si mesmos e ouvir sem reagir o julgamento dos outros.

Que tal começar a partir de agora?


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Comer Carne Faz Bem

Estou cansado de tanto deparar com DESinformações e clichês tão prejudiciais a todos aqueles que buscam o caminho da informação honesta. como por exemplo, que a carne não seria um alimento natural e saudável, de que a carne faz parte de um mundo industrializado, de que a carne movimenta toda uma cadeia produtiva que leva a natureza à devastação.

A carne é, SIM, um alimento natural e simples. A carne ocorre na natureza, e a fonte da carne são os animais que comemos. A carne “in natura”, do animal criado solto em pasto (e não em cativeiro à base de ração!) não faz parte do mundo industrializado e não “movimenta toda uma cadeia produtiva que leva a natureza à devastação”. Isso é uma grande desinformação, nada mais que um grande chavão, que infelizmente ‘PEGA”. E ao “pegar”, compromete nada mais, nada menos que a saúde de homens, mulheres e crianças.

Pois não são os animais, mas sim o processo de industrialização e globalização da AGRICULTURA, com as práticas totalmente injustas de “produção industrial” das “fábricas-fazendas”, o uso de venenos agrotóxicos, venenos pesticidas, venenos herbicidas, fertilizantes industriais tóxicos etc, os grandes responsáveis pela grande devastação atual dos recursos naturais, pelo esvaziamento dos lençóis freáticos e pela falência financeira dos pequenos produtores rurais e desaparecimento cada vez maior da fabricação e comercialização de alimentos verdadeiramente caseiros em pequena escala.

Arar pastos e passar a utilizá-los, ao invés, para plantações, *não é prática sustentável*. *Não beneficia o meio ambiente*. E *não contribui para diminuir a fome no mundo*. Apenas uma pequena porcentagem da superfície do nosso planeta se presta naturalmente para o cultivo. Mais que isso somente pode acontecer através de deflorestamento, fertilizantes químicos, irrigação em grande escala (potencialmente prejudicial SIM ao ecossistema) e devastação dos ecossistemas.

O solo do nosso planeta está sendo verdadeiramente devastado por monoculturas e outras práticas ecologicamente insustentáveis. Não importa quanto adubo, quanto rodízio e quanta combinação de plantas houver numa terra, essa terra jamais poderá ser verdadeiramente restaurada sem o auxílio de animais – não só pela sua capacidade de adubar naturalmente a terra, mas de beneficiá-la graças ao pastejo rotativo. Se os excrementos animais representam um problema terrível para o ambiente nas “fazendas-indústrias” (que já são uma praga no Brasil no que diz respeito ao frango – mas ainda não ao boi), esses mesmos excrementos representam adubo importantíssimo e valiosíssimo num ambiente de produção familiar, mista, em pequena escala.

Sim, também a prática abusiva do pastejo, infelizmente, já destruiu muito da nossa ecologia e geografia – mas a solução para isso é o pastejo sustentável, ou seja, o retorno à agricultura/pecuária familiar!

A agricultura/pecuária familiar da diversidade, dos aloporques e da interdependência são a verdadeira resposta para quem busca a recuperação da nossa terra, ecologia e geografia. E também da economia!

O retorno à produção local, familiar, sustentável, em favor da industrial, gera sustento bem mais digno para os pequenos produtores rurais que fornecem, diretamente, cada um a seu nicho da comunidade.

Muitos historiadores, filósofos, economistas, pensadores, já tentaram sugerir, através dos tempos, soluções as mais diversas para a disparidade social que distancia cada vez mais o rico e poderoso do pobre sem poder, através da criação de partidos políticos, organizações não governamentais e até mesmo guerras e revoluções.

Mas talvez o caminho mais fácil para devolver o poder às pessoas comuns, famílias e comunidades locais, seja depositar a produção de alimentos (e, por que não, outros artigos de consumo) nas mãos dessas mesmas pessoas, famílias e produtores locais. E todos nós – cada um de nós! – pode colaborar com a realização dessa meta, simplesmente deixando de consumir alimentos industrializados, passando a adquiri-los diretamente de produtores locais











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domingo, 28 de agosto de 2011

Palitinhos de Gergelim sem Glúten e Lactose (Grissini)


Aproveitando que ontem falamos sobre os inúmeros benefícios do gergelim para nossa saúde (aqui), hoje trazemos uma sugestão para o lanche da tarde. Excelente domingo a todos!


Ingredientes:


- ½ xícara de gergelim
- 1 colher de (chá) de fermento em pó
- 75 gramas de margarina (¾ de tablete)
- 1 e ½ xícaras de creme de arroz
- ½ xícara de maisena
- ¼ xícara de fécula de batata
- 1 colher de (chá) de sal
- água para dar liga
- 2 ovos

MODO DE PREPARO: 

Misture todos os ingredientes, menos a água, amasse bem, depois acrescente a água aos poucos, sempre trabalhando a massa. Enrole pequenas porções da massa numa superfície enfarinhada dando formato de grissini. Se desejar antes de assar polvilhe mais um pouco de gergelim. Asse em forno médio pré-aquecido por 20-25 minutos. Ficam macios e crocantes.
Dica: Você pode adicionar um pouco de semente de linhaça para aumentar o teor de fibras.                                                            


sábado, 27 de agosto de 2011

Benefícios do Gergelim...



Do latim Sesamum indicum L. o gergelim é uma semente originária do Oriente que pode ser encontrada em grãos, com ou sem casca, inteiro ou moído, e também como óleo, manteiga ou pasta.

Há milênios esta semente já vem sendo utilizada com o intuito de proteger o cérebro, fortalecer o coração e os ossos e muito mais.

Encontramos no mercado três tipos de semente, o amarelo, o marrom e o preto. Ambos são ricos em proteínas, fibras, ferro, vitamina E (considerada um rejuvenescedor e retardante do envelhecimento), B1 e B2, fósforo, magnésio, selênio, zinco, cálcio e manganês. Porém o preto é mais rico em cálcio e vitamina A, que são melhores absorvidos se triturados antes do consumo.

Essa pequena sementinha conta ainda com antioxidantes, fitoesteróis e ácidos graxos essências (ômega 3 e 6) que bloqueiam a produção do colesterol LDL (ruim) e aminoácidos que juntos melhoram a memória, por facilitarem a transmissão de impulsos nervosos. Estudos apontam ainda, sua eficácia na prevenção e tratamento do diabetes.

Por isso, é largamente utilizada entre os vegetarianos e macrobióticos, que tem o gergelim como excelente fonte de ácidos graxos e aminoácidos essenciais.

O gergelim possui ainda, quantidade significativa de lecitina, um componente essencial no tecido nervoso que influencia na função das glândulas sexuais e facilita a dissolução de gorduras em meio aquoso, mantendo dissolvidos os lipídios (especialmente o colesterol) evitando que ele se deposite nas paredes das artérias.

Além de, atuar na estimulação do sistema imune, na prevenção de osteoporose e câncer, devido suas grandes quantidades de cálcio e antioxidantes (sesamina).

A sua grande quantidade de cálcio (90mg por colher de sopa para sementes integrais (não descascadas) e 10mg para sementes descascadas), além de auxiliar na manutenção de massa óssea, ajuda no controle de massa corporal gorda, tanto na quebra de gordura (lipólise), quanto na redução do armazenamento de tecido adiposo (lipogênese).

Estudos vem demonstrando também sua eficácia na modulação hormonal em mulheres na menopausa. Isso se da pela presença de lignanas quesão convertidas na microbiota intestinal, em enterolactona e enterodiol que possuem efeito estrogênico.

Na medicina chinesa e ayurvédica, é utilizado para aumento da energia vital, tratamento da fadiga, aumento da tonicidade e firmeza muscular.

Amplamente utilizado também na regulação das funções intestinais por ter propriedades laxativas suaves.

Na estética seu óleo é utilizado na hidratação e proteção da pele contra os raios solares.

Vale lembrar também, que estes devem ser armazenados, fora do alcance da luz e em local seco e arejado, para evitar o emboloramento.

Algumas de suas aplicações na culinária são:

Sementes ao natural: no preparo de pães, biscoitos, bolos, doces, tortas;

Sementes torradas: em saladas verdes (como as folhosas, brócolis e couve-flor), de frutas ou de batata, queijo fresco, ensopado de peixe ou frango e sopas;

Pasta e óleos: em pratos árabes, turcos e judeus, como o tahine, Halawi w o halvah.

O tahine é uma espécie de manteiga árabe feita a partir da farinha da semente de gergelim, tostada e moída e possui grande quantidade de vitaminas, proteínas e cálcio.

O Halawi, doce muito apreciado, é uma composição de tahine misturado com mel, açúcar e suco de limão.

O halvah, é um prato tipicamente turco, que resulta da mistura de queijo com gergelim torrado e prensado com cobertura de açúcar ou mel.

Ainda proveniente do gergelim pode-se obter:

Óleo de Gergelim: apresenta sabor doce, característica refrescante, ligeiramente frio. Tem ação principal no intestino grosso. Cumpre funções como umedecer a secura, favorecer o peristaltismo intestinal, neutralizar toxinas, pois conserva as propriedades dos grãos de gergelim. É ideal para ajudar na absorção das vitaminas lipossolúveis dos vegetais.

Queigelim: o resíduo que fica pode ser aproveitado para fazer uma pasta vegetal, misturando-o aos temperos preferidos, como cebolinha, missô, shoyu, salsinha, etc. Ou então: deixe o gergelim de molho por 8 horas; lave bem e escorra; bata no liquidificador com um pouco de sal e limão, depois adicione orégano.

Gersal: (gergelim + sal) é um tipo de tempero feito a base de gergelim preto + sal marinho tostados, muito utilizado em saladas, sopas, arroz e cremes. Esta mistura ajuda a diminuir a acidez do sangue, proporciona uma melhora nos reflexos e na atividade cerebral e até mesmo a fortalecer a pele.

Ele pode ainda ser utilizado para empanar alimentos que podem ser dourados em frigideira ou forno.

Para quem procura uma dieta equilibrada e/ou o bom funcionamento intestinal, o gergelim é um grande aliado. Pois possui grande quantidade de fibras, o que ajuda a manter a saciedade por mais tempo e auxilia na regulação do transito intestinalRecomendo: Você pode utilizar o tahine junto a uma fatia de pão integral pela manhã.

No que diz respeito às calorias, devemos ter um pouco de cautela, já que 50% de sua composição é gordura. O que eleva bastante seu valor calórico. 100g tem cerca de 584Kcal, 1 colher de sopa cheia (8g) 46,72Kcal. Sendo assim, acrescente 1 colher de sopa ao prato de comida, sopas ou vitaminas ou, utilize como um tempero para saladas e legumes e até mesmo saboreie a sua versão torrada pura.

Dica: Para torrar o gergelim basta colocar os grão de gergelim bege/branco em uma panela sem óleo, na chama superior do fogão.

LEITE DE GERGELIM

Modo de preparo: Um copo de sementes de gergelim dá quatro copos de leite. Deixe as sementes de molho por oito horas e bata com quatro copos de água. O resíduo do gergelim batido pode virar um delicioso "queijelim". Acrescente azeite, sal, orégano e misture bem até atingir a consistência de corte.

Referências Bibliográficas:
NAVES, Andréia. Nutrição Clinica Funcional: modulação hormonal. São Paulo: Valéria Paschoal, 2010.
Saúde abril:
Vida integral:
Nutrição em foco: