sexta-feira, 11 de maio de 2012

Obesidade...



Na Nutrição clinica Funcional, a obesidade é tratada como uma patologia complexa, com envolvimento de muitos fatores além do desequilíbrios entre ingestão e utilização de calorias.
O tecido adiposo é um órgão secretor ativo que produz diversas moléculas conhecidas como adipocitocinas, incluindo o TNF-alfa, a IL-6, a leptina, a adiponectina e a resistina, que agem na mediação do metabolismo e estão envolvidas nas alterações observadas na síndrome metabólica que ocorre no obeso.
A obesidade pode ser caracterizada por um desequilíbrio funcional, com envolvimento de diferentes sistemas do organismo. Isso porque o desequilíbrio nutricional (qualidade inadequada da alimentação, dietas restritivas e conseqüente nutrição celular inadequada) associado à exposição a toxinas (como pesticidas, metais tóxicos, fertilizantes, medicações, toxinas endógenas, alérgenos alimentares) promove uma superestimulação do sistema imunológico, levando a um estado crônico de inflamação, com desequilíbrio na atividade de diversos neurotransmissores hipotalâmicos. Em decorrência, temos distúrbios de comportamento, com conseqüente resistência à perda de peso.
O tecido adiposo possui uma quantidade muito grande de receptores para as moléculas xenobióticas, devido ao seu carácter lipossolúvel; dessa forma, indivíduos obesos apresentam maiores concentrações de contaminantes ambientais quando comparados a indivíduos magros, configurando uma resistência a perda de peso. Todos esses fatores associados podem desencadear um estado de inflamação crônica sistêmica de baixo grau, indicada pelo aumentos dos marcadores inflamatórios. Indivíduos obesos apresentam níveis elevados de proteína-C-reativa, fator alfa de necrose tumoral (TNF-alfa) e interleucina-6 (IL-6), quando comparados com indivíduos magros.
Essa inflamação sistêmica está associada com o aumento no risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2 na obesidade, além de representar um importante fator de resistência à perda de peso.
Uma alimentação desequilibrada, rica em carboidratos refinados (doces e massa), gorduras saturadas (carne gorda) e ácidos graxos trans (margarinas hidrogenadas e subprodutos) e pobre em frutas, legumes, verduras, alimentos integrais e ácidos graxos mono e poliinsaturados (azeite de oliva, girassol), representa um importante fator de estimulação do processo inflamatório, gerando maior resistência à perda de peso, além de ser pobre em substâncias fundamentais como vitaminas, minerais e compostos fitoquímicos.
Os indivíduos obesos também são resistentes à leptina, hormônio que atua na regulação da ingestão alimentar e no equilíbrio energético. O estado inflamatório observado no obeso, bloqueia a ação do hormônio na saciedade. Entre essas alterações funcionais observadas nos obesos, existem outras alterações metabólicas que impedem a perda de peso, por isso o nosso trabalho é adotar condutas capazes de modular qualquer desequilíbrio bioquímico e funcional que o paciente obeso possua para que o mesmo emagreça, o qual vai além do simples controle de calorias ingeridas e utilizadas e do simples fazer dietas.




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