sábado, 24 de maio de 2014

Colesterol, triglicerídeos e exercícios físicos

Certos tipos de enzimas controlam os níveis de colesterol e triglicerídeos de nosso organismo. Essas enzimas podem ser alteradas por remédios, pela quantidade de gordura corporal e massa muscular além da prática de exercícios físicos.
Uma enzima, denominada lipoproteinolipase, conhecida também como LPL, está localizada nas paredes dos vasos sangüíneos e no coração, nos depósitos de gordura e nos músculos. Essa enzima destrói os triglicerídeos.
Dessa maneira, níveis baixos de LPL estão associados ao aumento de doenças cardiovasculares.
Portanto, níveis altos de LPL são benéficos e substâncias que estimulam a ação da LPL, ajudando a evitar as doenças cardíacas coronarianas.
Outra enzima, hepatolipase (HL), destrói o colesterol-HDL (colesterol bom), mas nesse processo transforma uma parte em colesterol-LDL (colesterol ruim). Quanto mais elevado for o nível da enzima HL, menor será o nível de colesterol-HDL, o que aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas.
Uma terceira enzima importante, com o longo nome de lecitina colesterolacil transferase (LCAT), captura o colesterol, retirando-o das paredes arteriais.
A prática de exercícios pode alterar a produção das enzimas que controlam os níveis de gordura do nosso sangue. A LPL, a enzima que destrói os triglicerídeos e aumenta os níveis de colesterol-HDL (colesterol bom), foi encontrada em quantidades elevadas entre os praticantes de exercícios aeróbios. Além disso, a perda de gordura corporal irá aumentar a ação da LPL.
A hepatolipase (HL) é a enzima que remove o bom colesterol, o HDL, e o destrói. Os exercícios de resistência tendem a diminuir a quantidade de HL, ajudando a aumentar o nível de HDL.
Porém, por causa do conteúdo hereditário, nem todos conseguem a mesma resposta frente aos valores das frações do colesterol com o exercício.
Treinamento aeróbio
PRADO (2002), em seu artigo de revisão, constatou que uma sessão de exercícios aeróbios com intensidade entre 70% a 75 % do VO2 máximo conseguia promover mudanças benéficas nas concentrações lipídicas com redução do LDL tanto imediatamente como em 24 e 48 horas depois do exercício. Também foi constatada uma elevação do HDL após 24 horas permanecendo assim por 48 horas, com aumento da atividade enzimática da lípase lipoprotéica. Estes resultados foram obtidos tanto para o grupo de hipercolesteolêmico (grupo com alta taxa de colesterol) como para o grupo de níveis normais de colesterol. A explicação deste processo reside no melhor funcionamento dos processos enzimáticos envolvidos no metabolismo lipídico.
Em um estudo conduzido por pesquisadores americanos (4) com a participação de 111 indivíduos, se verificou que o volume de treino é determinante para o controle das lipoproteínas, retificando os resultados dos estudos encontrados por PRADO (2002) em sua revisão.
Treinamento resistido
Mesmo com melhora no perfil lipídico nos exercícios aeróbicos, os índices de HDL dependiam diretamente da perda de peso gordo, tanto para indivíduos normais como para obesos. No estudo conduzido por KATZEK (1997), verificou que o treinamento aeróbico sem mudança no perfil corporal (diminuição do % de Gordura) não modificava os índices de HDL em obesos, contudo, havia aumentos de HDL para indivíduos magros e, o mais interessante, todos os grupos (obesos e magros) tiveram redução do LDL. Isto indica que a massa magra e o percentual de gordura influênciam diretamente o metabolismo lipídico e o perfil das lipoproteínas. Não é de se admirar que isto é notável com os fisiculturistas que mesmo com dietas com altíssimo nível de colesterol (com quantidades exageradas de ovos e outras frituras) não apresentam perfis lipídicos diferentes de outros atletas, como, por exemplo, jogadores de futebol (com dietas com grande quantidade de carboidratos) (2). Enfim, o treinamento resistido teria papel fundamental no índice de HDL através de seu papel fundamental nos processos de hipertrofia muscular e, por conseguinte, as alterações no percentual de gordura.
Portanto, os exercícios resistidos possuem pouca eficácia na diminuição das lipoproteínas, como também nos níveis de triglicerídeos em relação ao exercício em si. Todavia, devido a este tipo de treino reduzir o peso gordo e aumentar a massa magra de forma mais acentuada quando comparada ao exercício unicamente aeróbico , a diminuição do colesterol e aumento das concentrações de HDL se faz acentuada.



Prof. Wladimir Luna CREF 9533G-DF
Personal Trainer
Especialista em Treinamento Funcional CORE 360°
Professor do Synergy Treinamento Funcional, na rede de Academias Runway DF
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