sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Ômega 7? Ômega 7!

Ao longo desta semana, o colega Dr Ícaro Alcântara publicou um post, no Facebook, sobre os omega-
7. Fiquei muito feliz em ver alguém levantando o assunto e resolvi escrever sobre ele.

Fui apresentado a esta classe de ácidos graxos há muitos anos, em uma aula sobre óleos ricos em mono e poli-insaturados. Quando a professora falou no óleo de macadâmia, lá estavam eles. Os OMEGA-7!

É no plural mesmo. Omega-7 não é o nome de uma substância. Da mesma forma que os omegas 3 (leia mais AQUI) e 6, omega-7 é uma classificação de ácidos graxos (moléculas de gordura). Estes ácidos graxos são, a grosso modo, cadeias de carbonos com características particulares. O que define a classificação é a posição, a partir do último carbono (posição OMEGA) e retrocedendo, em que fique a dupla ligação. No caso dos omega-7, esta dupla ligação fica no carbono 7. Sacou?

Este tipo de ácido graxo está presente em fontes animais e vegetais e tem propriedades regenerativas e anti-inflamatórias para a pele e mucosas, bem como atividade antioxidante. Podem ser utilizados em casos de xeroftalmia, síndrome de Sjögren, dermatite atópica, eczemas e/ou psoríase. Não são considerados essenciais porque o corpo consegue produzi-los. São ácidos graxos monoinsaturados, ou seja, só apresentam 1 ligação dupla, como a citada no parágrafo acima. 

O mais importante omega-7 é o ácido palmitoleico, pois tem demonstrado funções anti-inflamatórias sistêmicas e de controle da resistência à insulina. Isso significa que pode ser útil no tratamento dasíndrome plurimetabólica, na prevenção de doenças cardiovasculares e no tratamento do diabetes.

Como eu disse antes, o ácido palmitoleico, um omega-7, é produzido pelo corpo. Ele cumpre função como uma lipocina, que é um ácido-graxo com função hormonal no nosso organismo, participando daregulação do metabolismo do açúcar e de lipídios. Foi a primeira lipocina descoberta por pesquisadores em Harvard, em 2008.

Nem tudo são flores no caminho dos omega-7. Alguns estudos em humanos com suplementos de omega-7 demonstraram aumento dos triglicerídios e do IMC. Como nosso conhecimento real sobre esta classe de substâncias ainda é mínimo, não vale a pena se lançar ao uso de suplementos ainda. Melhor mesmo é utilizar o óleo de macadâmia se quiser aproveitar algum de seus benefícios. Os dermatológicos são claros e objetivos. Os metabólicos, parecem promissores, mas ainda precisamos de mais pesquisas para definir seu uso como suplemento ou não.

 

domingo, 7 de fevereiro de 2016

ALERTA! SER OBESO(A) VAI MUITO ALÉM DE SER “MUITO GORDO”(A)!

Pessoal, antes de criticar ou discriminar um obeso, saibam que o mesmo é uma pessoa DOENTE e necessita de tratamento! A seguir, um resumo sobre os pontos que considero importantes em relação a esta doença tão grave.

Espero poder conscientizar o máximo de pessoas sobre a gravidade desta doença cada vez mais presente no nosso dia a dia!
Abraços,
Paula Fortes CREF 014132/G-RJ
Esp. em Personal Trainer e Musculação
Esp. em Nutrição: Obesidade e Emagrecimento



A Obesidade é muito mais do que estar acima do peso. É uma DOENÇA  repleta de distúrbios tanto metabólicos como comportamentais e psicológicos.
A obesidade é designada segundo a Organização Mundial da Saúde, como “Grande quantidade de gordura corporal em relação à massa magra”
Este acúmulo de gordura localizado no tecido adiposo deriva de um balanço energético positivo crônico, que é determinado por sua vez pelo consumo alimentar elevado em relação ao gasto energético.
O balanço energético positivo pode ocorrer por três situações diferentes:
1- Combinação do aumento do consumo energético e da diminuição do gasto energético total;
2- O indivíduo mantém o mesmo gasto energético, estabelecido por suas atividades diárias, entretanto aumenta o consumo alimentar de forma progressiva;
3- O indivíduo mantém seu consumo alimentar diário porém ocorre uma diminuição de seu gasto energético pela diminuição de atividades física e/ou cotidianas diárias (ex: atletas que param de se exercitar por problemas de saúde).
Os fatores pelos quais ocorre um aumento da ingestão calórica progressiva são diversos. Dentre eles, podemos destacar:
- Hábitos alimentares adquiridos na infância pela interferência dos pais ou cuidadores e depois adquiridos na fase adulta;
- Estilo de vida;
- Fatores sociológicos e psicológicos;
- Alterações metabólicas e neuroendócrinas;
- Fatores comportamentais;
- Fatores biológicos (idade, gênero, etnia);
- Componentes hereditários.
A obesidade pode ser classificada não apenas pelo excesso de massa gorda, mas também de acordo com o acúmulo de gordura do indivíduo. Este fenômeno ocorre pois determinadas regiões do tecido adiposo possuem maior expressão de enzimas lipases de lipoproteína (LPL), favorecendo maior captação e consequentemente maior depósito em regiões específicas.
As classificações propostas para determinar o tipo de obesidade de acordo com o depósito de gordura são:
Obesidade global: O acúmulo de gordura ocorre na região abdominal, porém há também um acúmulo nos membros superiores (tríceps) e inferiores (coxa, panturrilha), ou seja, o indivíduo acumula gordura “por inteiro”.
Obesidade ginóide: Característica do gênero feminino, o estrogênio favorece aumento da LPL na região glúteo femural, levando a um maior depósito de gordura na região dos quadris e coxa.
Obesidade androide: Obesidade encontrada principalmente no gênero masculino, há um acúmulo de gordura na região abdominal, caracterizada por um aumento do tecido adiposo subcutâneo abdominal e visceral.
Obesidade visceral: Indivíduos dificilmente armazenam gordura no tecido adiposo subcutâneo, caracterizando portanto dobras cutâneas que caracterizam eutrofia ou até mesmo desnutrição. Entretanto estes indivíduos acumulam a gordura no tecido adiposo visceral, especificamente omental (gordura que recobre as vísceras), logo abaixo do abdome, caracterizanado a barriga “dura” (similar de mulheres grávidas).
Estas características possuem componente genético. Apesar de a genética não ser em 95% dos obesos um fator preponderante para o desenvolvimento da obesidade, a herança genética pode contribuir de forma mínima para o início ou desenvolvimento do processo de acúmulo de peso.
Mudanças na dieta e no nível de atividade física levaram ao aumento da prevalência da obesidade não apenas em adultos, mas em crianças, em um intervalo de tempo relativamente curto.
A genética da obesidade humana pode ser dividida em três classes, de acordo com a sua característica:
1- Obesidade Monogênica: Provinda de um único gene, mais severa e rara;
2- Síndromes da obesidade: Além do desenvolvimento da obesidade, está associado a outras patologias relacionadas a uma disfunção genética;
Há aproximdamente 20 a 30 disordens genéticas relacionadas com pacientes obesos, ou seja, além de vários sintomas diferentes, os pacientes apresentam o genótipo da obesidade. Dentre as disordens existentes, 3 são as mais encontradas:
Síndrome de Prader-Willi (PWS)
Síndrome de Bardet – Biedl (BBS)
Síndrome de Alström
Essas síndromes são acompanhadas de retardo mental, anormalidades no desenvolvimento de alguns órgãos, entre outros. Pode estar relacionado a defeitos nos genes ou anormalidades nos cromossomos, ou ligada ao cromossomo X.
3- Obesidade poligênica: Numerosos genes contribuem de forma mínima para determinar o fenótipo da obesidade.
Denomina-se obesidade poligênica quando o indivíduo se torna obeso pois o mesmo apresenta susceptibilidade genética de receber influências ambientais que promovem aumento do consumo energético e diminuição do gasto. Nestes casos a sua herança genética não é a responsável pelo aparecimento da obesidade, mas uma união de fatores que interagem para que surja o que se denomina fenótipo da obesidade. Na obesidade poligênica, há tanto uma interação gene X ambiente como gene X gene e é a razão pelo qual grande parte dos indivíduos apresentam obesidade.
Existem mais de 400 genes relacionados com a obesidade. Estes genes estão relacionados a proteínas que podem alterar diversas funções biológicas como regulação do consumo alimentar, gasto energético, metabolismo de carboidratos e lipídios, desenvolvimento do tecido adiposo, processo inflamatório, entre outros. Na obesidade poligênica, não ocorre exatamente uma doença genética ou uma síndrome, mas alguns destes genes podem apresentar polimorfismos, contribuindo de forma mínima com a etiologia da obesidade. Entretanto as influências do ambiente, da família, hábitos alimentares, sedentarismo, podem levar a alteração da expressão de outros genes, contribuindo de forma significativa para o aparecimento deste fenótipo.
Aspectos psicológicos e comportamentais da obesidade
95% dos obesos que conseguem perder gordura a recuperam novamente em dois anos e a negligência em relação aos aspectos psicológicos e comportamentais da doença pode ser um fator importante para explicar esta dificuldade na manutenção dos níveis corpóreos de gordura dentro dos limites considerados saudáveis, pois é conhecido, por exemplo, que depressão leve, ansiedade, angústia, estresse e carência afetiva podem levar a uma ingestão calórica excessiva.
Neste sentido, um aspecto básico importante é o profissional ficar atendo aos obesos, tentando entender suas aflições e como ajudá-los a superá-las. Indivíduos extremamente obesos, por exemplo, reportam comprometimento significativo na realização de atividades como andar, subir escadas, tomar banho e vestir-se (Larsson e Mattson, 2001), e tais dificuldades estão entre os aspectos mais angustiantes de sua obesidade (Duval, Marceau e Lescelleur, 2006).
A seguir outros aspectos relacionados aos aspectos psicológicos e comportamentais da obesidade:
- Para a sociedade, bebês devem ser gordos, pois lhes oferecem alimentos de forma indiscriminada a qualquer manifestação (Guimarães e Heller, 2003);
- Um dos motivos do açúcar gerar prazer é o fato do triptofano, matéria-prima da serotonina (neurotransmissor responsável pelo bem-estar), atingir o sistema nervoso central com mais facilidade quando associado à glicose (Contreras, 2004);
- Estudos realizados por Luiz et al. (2005) e Silva et al. (2002) mostram que a obesidade está ligada a distúrbios psicossociais, isolamento e rejeição pelos colegas, e dificuldades comportamentais, interferindo assim no relacionamento social, familiar e acadêmico, além de favorecer depressão, ansiedade e baixo rendimento escolar
- O excesso de peso traz também outras dificuldades, como timidez e problemas afetivos, e tais dificuldades impõem restrições às atividades rotineiras como ir à escola, fazer determinados exercícios físicos, procurar emprego, compra roupas, namorar e se divertir;
- Andrade (1995), em um estudo no ambulatório de Obesidade Infantil da Universidade Federal de São Paulo, de 134 crianças atendidas, verificou que 76,8% apresentavam razões emocionais importantes associadas ao surgimento e à evolução da obesidade;
- Campos (1993) identificou as seguintes características psicológicas em adultos obesos por hiperfagia: passividade e submissão, preocupação excessiva com comida, ingestão compulsiva de alimentos e drogas, dependência e infantilização, primitivismo, não aceitação do esquema corporal, temor de não ser aceito ou amado, indicadores de dificuldades de adaptação social, bloqueio da agressividade, dificuldade para absorver frustração, desamparo, insegurança, intolerância e culpa. No que diz respeito às crianças obesas, esta autora afirma ainda que elas são mais regredidas e infantilizadas; tendo dificuldades de lidar com suas experiências de forma simbólica, de adiar satisfações e obter prazer nas relações sociais, de lidar com a sexualidade, além de uma baixa auto-estima e dependência materna;
- Mulheres ingerem mais alimentos como mecanismo compensatório para questões emocionais do que os homens (Match et al., 2003);
- Há uma maior porcentagem de obesos com características de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) quando comparados com os adolescentes eutróficos. Uma das principais características do TDAH é a impulsividade, ou seja, falta de controle e dificuldade em adiar gratificações. Este resultado assemelha-se às principais características psicológicas de crianças e adolescentes obesos (Campos e Fisberg, 2004; Desidério e Miyazaki, 2007);
- A obesidade pode ter início em qualquer época da vida, mas seu aparecimento é mais comum especialmente no primeiro ano de vida, entre cinco e seis anos de idade, e na adolescência (Damiani, Carvalho, & Oliveira, 2000; Fisberg, 1995);
Referências:
ALBERTS, Bruce. Molecular Biology of the cell. Garland Science, 2002.
BRAY, George A. Handbook of Obesity: Clinical Applications. New York: Informa Healthcare, 2008.
MINE, Yoshinori. Nutrigenomics and proteomics in health and disease. Iowa: Willey Blackwell, 2009.
NELSON, David L. COX, Michael. Lehninger princípios de bioquímica. São Paulo: Sarvier, 2007
STRYER, Lubert. Bioquímica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Dicas para emagrecimento

Todos adoram ver postagens com “Dicas” não é mesmo? Ainda mais se tratando de emagrecimento. Mas para que elas sejam úteis, o ideal é tentar SEGUI-LAS!!!!
Vamos lá:

  1. Esqueçam focar em aeróbio
Exercícios aeróbios (caminhar, correr, pedalar, nadar...) levam a um gasto de gordura muito baixo durante os mesmos, mas não aceleram em nada o metabolismo de repouso que é responsável por 50-70 % do nosso gasto calórico diário. Portanto, utilizem apenas como complemento à musculação;

  1. A dieta é fundamental
Levamos tempo para mudar a MENTE. É normal recaídas nos doces e aos poucos o paladar vai se moldando e se adaptando ao consumo menor de açúcar e o organismo sentindo menos falta. Isso não pode ser motivo para desistir!
Entendam que emagrecer é um processo! E estas "recaídas" são normais no início, assim como qualquer outro vício, já que alimentos industrializados e açúcar são CIENTIFICAMENTE COMPROVADOS COMO VÍCIOS E CAUSADORES DA OBESIDADE E DOENÇAS ASSOCIADAS (câncer,  problemas cardiovasculares,  doenças degenerativas). Assim, principalmente nesta fase, é fundamental NÃO “FURAR” NENHUM DIA DE TREINO E TREINAR DANDO O MÁXIMO EM CADA SESSÃO DE MUSCULAÇÃO para manter o metabolismo acelerado e compensar as "escapadas";
  1. Academias caras, com muita variedade de máquinas não fazem diferença
O que fará diferença é buscar uma academia perto de casa ou do trabalho com variedade de barras, anilhas, halteres e máquinas básicas, e PRINCIPALMENTE PROFISSIONAIS DE QUALIDADE!

  1. Não se compare a atletas, modelos e artistas, mas sim ao seu físico e saúde de ontem
Pessoas que passaram uma vida de treinos e alimentação saudável, ou atletas que treinam horas por dia e vivem do corpo, artistas e modelos que muitas vezes não são saudáveis devido a dietas rigorosas, remédios, etc... NÃO SÃO REFERÊNCIAS! Ninguém engorda da noite para o dia, portanto o emagrecimento também não será desta forma. Quem começou agora a levar um estilo de vida saudável, deverá ter muito foco e paciência, pois os resultados são GRADATIVOS DIA APÓS DIA. Tirem fotos e comparem a cada 2 meses e tenho certeza que os resultados serão nítidos!

  1. A MELHOR DICA DE TODAS
BASEANDO-SE NA EXPLICAÇÃO ACIMA: ESQUEÇAM DICAS MILAGROSAS, como cápsulas, algum alimento específico (tapioca, gojy berry, shakes...), treinos mirabolantes de 4 minutos, etc... pois SÓ SERVEM PARA SEREM VENDIDOS, EXPLORANDO O “DESESPERO” DAS PESSOAS! Busquem orientações de PROFISSIONAIS EXPERIENTES E ATUALIZADOS!!!!

Dúvidas – personalpaulafortes.wix.com/treinoesaude

Precisamos falar sobre Medicina Ortomolecular

Quando recebi a indicação deste artigo, achei interessante comentar. Vivo a realidade dos suplementos nutricionais há mais de 20 anos e já vi muita briga e desentendimento sobre o tema. Fico feliz em ver estatísticas mostrando, mesmo em um mercado excessivamente aberto quanto o norte-americano, a ausência de mortes atribuídas ao uso de suplementos alimentares. Isso aumenta a sensação de segurança com nosso trabalho e ajuda a tirar algumas lendas da cabeça dos pacientes. 

Eu continuo acreditando e pregando que os suplementos nutricionais devem ser prescritos por profissionais qualificados, sob avaliação criteriosa, paciente a paciente. Acredito, também, que a classificação dos produtos e a responsabilização profissional deva ser mais bem feita e precisa. Vejo como fundamental uma maior autonomia dos nutricionistas para prescrever suplementos nutricionais, inclusive. É urgente, também, acabar com essa "má vontade", de muitos profissionais e órgãos reguladores, em pesquisar mais o tema e definir as regras com mais precisão técnica. Vamos estudar mais, pessoal! Tudo isso precisa evoluir, mudar muito, e levantamentos como este nos ajudam a ter uma idéia do panorama geral. 

Se não houveram mortes em um lugar onde qualquer um compra praticamente qualquer suplemento em um balcão, quanto mais em um mercado onde tenhamos prescritores responsáveis trabalhando. Este é o meu pensamento.
Também nos ajuda a trazer uma reflexão para muitos de vocês: parem de pensar que qualquer coisa que vocês sintam é CULPA do suplemento nutricional que estão tomando. É muito mais fácil o motivo estar em qualquer outra coisa corriqueira do seu dia do que no suplemento. Questione o profissional e cheguem a uma conclusão. Não interrompa seu tratamento sozinho e deixe para falar com o profissional só no mês posterior. Isso atrasa MUITO o tratamento. 

Pronto. Aqui vai a tradução do que foi publicado no orthomolecular.org. O acesso ao arquivo integral, em inglês, está abaixo também.
Boa leitura! 

Tradução livre do artigo original publicado AQUILink de inscrição gratuita do Orthomolecular - http://orthomolecular.org/subscribe.htmlLink para os arquivos do Orthomolecular Medicine News Service - http://orthomolecular.org/resources/omns/index.shtml

Orthomolecular Medicine News Service, 12 de janeiro de 2016

Não há ausência de morte apenas pelo uso de vitaminas, há ausência de mortes pelo uso de qualquer suplemento alimentar. As informações mais recentes coletadas pelo U.S. National Poison Data System (Sistema Nacional de Dados sobre Venenos dos Estados Unidos), em 2014, e publicadas no jornal Clinical Toxicology, não mostram mortes pelo uso de suplementos alimentares.

NENHUMA MORTE POR MINERAIS

Houveram ZERO mortes por quaisquer suplementos minerais. Isso significa que não houveram fatalidades pelo uso de cálcio, zinco, prata coloidal, selênio, ferro ou suplementos multiminerais. Reportada na categoria "ELETRÓLITOS E MINERAIS" estava uma fatalidade pelo uso medicamentoso de "SÓDIO E SAIS DE SÓDIO" e outra por ferro não em suplementação, que foram claramente excluídas da categoria e SUPLEMENTOS.

NENHUMA MORTE POR QUALQUER OUTRO SUPLEMENTO NUTRICIONAL

Adicionalmente, não houver nenhuma morte pelo uso de aminoácidos ou qualquer produto herbal de ingrediente único. Isso significa nenhuma morte por cimicifuga, equinácea, ginkgo biloba, ginseng, kava-kava, Erva de São João, valeriana, ioimbina, medicamentos orientais, ayurvédicos ou outros herbais. Não houve nenhuma morte por creatina, spirulina, glucosamina, condroitina ou melatonin. Nenhuma morte por qualquer remédio homeopático.

MAS, QUANDO EM DÚVIDA, CULPE O SUPLEMENTO. QUALQUER SUPLEMENTO.

Houve uma morte atribuída a um "Multi-Herbal sem Ma Huang nem Citrus Aurantium". É interessante perceber que ele sabiam o que NÃO estava no produto mas não sabiam o que ESTAVA. Isso é um "ouvir falar", um boato, na melhor hipótese ou puro alarmismo, na pior. Houve uma morte relacionada a um "SUPLEMENTO NUTRICIONAL DESCONHECIDO OU AGENTE HOMEOPÁTICO". Este, novamente, mostra total ausência de certeza sobre o que realmente estava envolvido. Uma outra fatalidade estava relacionada a um "PRODUTO ENERGÉTICO: DESCONHECIDO". Pra começar, bebidas ou produtos energéticos não são exatamente suplementos nutricionais. Mais importante do que isso, como pode uma acusação se basear no desconhecido? Igualmente não-científicas são duas mortes associadas a "PRODUTO ENERGÓTICO: OUTRO". Que produtos são esses? Estas não são nada mais do que alegações vagas, sem substância. Estabelecer uma causalidade sem ao menos conhecer qual substância ou ingrediente acusar é infundado.

A VERDADE: NENHUM HOMEM, MULHER OU CRIANÇA MORREU POR USO DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS. PONTO FINAL.

Se os suplementos nutricionais são tão perigosos quando a FDA, a midia ou como alguns médicos ainda alegam, então onde estão os corpos?

REFERÊNCIA:

Mowry JB, Spyker DA, Brooks DE et al. (2015) 2014 Annual Report of the American Association of Poison Control Centers' National Poison Data System (NPDS): 32nd Annual Report, Clinical Toxicology, 53:10, 962-1147, http://dx.doi.org/10.3109/15563650.2015.1102927 .
O artigo integral (original em inglês) está disponível para download em https://aapcc.s3.amazonaws.com/pdfs/annual_reports/2014_AAPCC_NPDS_Annual_Report.pdf ou http://www.aapcc.org/annual-reports/ .
 
Dr Adolfo Duarte - CRM-BA 15.557 www.clinicasallus.com.bradolfoduarte.blogspot.com